sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

 

ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO JURÍDICO: uma busca pelo estado da arte

Alexandre L. Gonzaga[1]

RESUMO: Iniciar a escrita de uma tese não é fácil, por isso procuramos um começo entre tantos caminhos possíveis. Por se tratar de um assunto muito específico, optamos por fazer uma busca na base de dados do Lattes/CNPq com a finalidade de conhecer os grupos de pesquisa que atuam nessa linha de pesquisa, buscamos também grupos de pesquisa internacionais para conhecermos os principais pesquisadores da área. Em um segundo momento buscamos artigos publicados os quais fizemos breve relato e por fim localizamos três teses defendidas nesta área. Concluímos que a análise crítica do discurso jurídico é uma área profícua e em expansão nos estudos do discurso.

Palavras-Chave: Análise crítica do discurso, discurso jurídico, estado da arte.

 

Pretendemos mostrar neste paper os grupos e redes de pesquisa nacionais e internacionais que abordam o tema da Análise de Discurso e Análise Crítica de Discurso com foco em discurso jurídico. Para isso apresentaremos um panorama conceitual da análise discursiva.

O termo ‘discurso’ admite uma variedade de significados, contudo o significado mais comumente usado é o de uma exposição de determinado tema de forma organizada e por meio da linguagem. O termo pode ter seu significado alterado ou ressignificado de acordo com o campo do conhecimento que se traz para análise como a psicologia, a antropologia, a sociologia entre outras.

Para a linguística pode-se dizer que o discurso materializa o contato entre o ideológico e o linguístico (BRANDÃO, 1995). No interior do discurso está a representação dos efeitos das ideologias e o exercício do poder. Filósofos como Michel Foucault e Michel Pêcheux defendem que é através do discurso que a ideologia de um grupo se sustenta, ou seja, é através do discurso que pensamentos e visões de mundo são transmitidos de um a outro sujeito, de um grupo social a outro.

Os estudos sobre a língua e a linguagem são bastante amplos e difundidos, a perspectiva discursiva é uma ramificação que possui várias correntes teóricas. Destacamos aqui duas tendências que são a Análise do Discurso (AD) e Análise Crítica do Discurso (ACD).

A AD conhecida também como escola francesa de análise do discurso é uma teoria interdisciplinar, uma teoria de entremeio (ORLANDI, 1996) porque se constituiu no exame das contradições epistemológicas que envolvem diversas áreas do conhecimento como a história, a psicanálise e a linguística, articulados através do materialismo histórico marxista. A AD foi estruturada por Michel Pêcheux e outros pesquisadores entre as décadas de 1960 e 1970 na França.

Os estudos sobre a AD se desenvolveram de um modo multivariado devido a diversidade de fontes e as dificuldades metodológicas de uma área interdisciplinar. Por ser uma área de interesses multifacetados projeta-se também a possibilidade de existência de escolas distintas e a ampliação do quadro metodológico, o que leva a uma necessidade de definição clara de objetos e métodos aplicados de pesquisa. Visto deste modo, um conceito que deve estar presente nas pesquisas que utilizam a AD é o conceito de condições de produção, e que definiremos aqui como os elementos que cercam e de alguma forma interferem na produção de um discurso (interlocutores, lugar de onde falam, contexto social, econômico e histórico, assunto do qual tratam).

A opção teórico-metodológica da Análise Crítica do Discurso (ACD) investiga o discurso em contexto mais amplo, associado a questões de sociedade e cultura. Esta abordagem tem influências estruturalistas francesas e dos trabalhos de Michel Foucault voltados para as relações de poder e conhecimento. Oferece, portanto, a possibilidade de investigar o uso da língua dentro de contextos sociais e culturais. Por questionar o que seriam as evidências da língua que se apresentam sem provas ou argumentos, a ACD possibilita explorar como se representa o mundo segundo uma perspectiva particular. Ao considerar as relações entre discurso e sociedade, entre texto e contexto e entre linguagem e poder.

O principal teórico da ACD é Norman Fairclough que a apresenta em Language and Power (FAIRCLOUGH, 1989) e em Discourse and social change (FAIRCLOUGH, 2001). As bases da ACD são transdisciplinares, o que significa que rompe as fronteiras epistemológicas aplicando outras teorias em uma abordagem sociodiscursiva da linguagem como pratica social. As noções de poder e ideologia constituem áreas de interesse da ACD bem como o enfoque discursivo e interacionista bakhtiniano.

Fairclough (2001) propõe que seu modelo de análise do discurso se baseie em três dimensões principais, a análise do texto, a prática discursiva e a prática social. A primeira dimensão se preocupa com o vocabulário, a gramática, a coesão e estrutura textual. A segunda dimensão avalia a produção, distribuição contexto, força, coerência textuais, além das referências intertextuais. A terceira dimensão observa a ideologia, os sentidos, pressuposições, metáforas, orientações políticas entre outras diversas práticas sociais.

As três dimensões estão superpostas na prática, ou seja, em termos de análise não está determinado qual dimensão analisar primeiro uma vez que elas que não há prevalência de uma dimensão sobre outra. Quanto aos resultados, Fairclough nos diz que:

Os resultados de uma pesquisa em ACD nem sempre podem ser controlados pelo analista, pois, dificilmente, ele poderá ter um controle de como eles serão utilizados depois que caírem no domínio público. Fairclough afirma que “há um processo difundido de tecnologização do discurso, que usa a pesquisa sobre o discurso para redesenhar as práticas discursivas e treinar as pessoas para usar novas práticas discursivas” (FAIRCLOUGH, 2001: 291).

 

 

Nosso objeto de pesquisa é o discurso jurídico cujas características principais são o tecnicismo, o uso de linguagem técnica própria, os arcaísmos e latinismos abundantes, as relações de poder. Na prática discursiva dos operadores do direito o  distanciamento da linguagem comum colabora para disfarçar a verdadeira significação das argumentações. Isto colabora para a construção de efeitos de sentido específicos que engendram o alocutário numa teia de significações que o levam ao final ao convencimento e legitimação do que o locutor pretende desde o começo do discurso. Visto desse modo, a utilização de métodos de análise discursiva como a AD ou ACD podem constituir ferramentas importantes no exame profundo de textos jurídicos.

Como as práticas de análise dos discursos jurídicos podem normalmente ocorrer em instituições que contam com pesquisadores multidisciplinares, a formação de grupos de pesquisa fomenta a especialização nestas linhas de pesquisa. A criação de grupos de pesquisa em AD e em ACD permitem que os linguistas e outros pesquisadores se manifestem trocando informações e concepções de análise textual.

Os objetivos dos grupos de pesquisa estão expostos na temática dos grupos e são intrínsecos à sua existência o desejo e a necessidade de obter e aumentar o domínio de informações sobre ações e pesquisa e incremento da massa crítica em atividade no país.

Os grupos de pesquisa inventariados pelo CNPq variam em número de membros pesquisadores orientadores e orientandos

O método de busca:

A busca por informações deve ser bem estruturada, do contrário incorre-se no risco de se obter muitos dados, mas que juntos não resultam na informação que se procura. Empreendeu-se uma busca com refinamento progressivo formando um percurso gerativo de sentido.

A primeira busca devolveu um total de 999 registros para a palavra-chave ‘discurso’ e que extraímos um excerto com finalidade ilustrativa, conforme tabela abaixo.

 

Tabela 1: registros para palavra-chave discurso.

Consulta Parametrizada

INSTITUIÇÃO

GRUPO

LÍDER

2º LÍDER

ÁREA
PREDOMINANTE

Universidade Estadual do Maranhão

 Centro de Documentação e Pesquisa sobre Maranhão e Grão-Pará, século XVII-XVIII -

Helidacy Maria Muniz Corrêa

-

Ciências Humanas

Universidade Estadual do Piauí

 GÊNEROS TEXTUAIS E ENSINO DE LÍNGUAS

Shirlei Marly Alves

-

Lingüística, Letras e Artes

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

 Grupo VISEE -  Estudos de Semioses Visuais

Giani David Silva

-

Lingüística, Letras e Artes

Universidade Federal da Paraíba

 PRÁTICAS EDUCATIVAS, LEITURA DISCURSO E CULTURA

Pedro Farias Francelino

Sônia Maria Cândido da Silva

Ciências Humanas

Universidade do Estado da Bahia

: Argumentos jurídicos e midiáticos: aspectos do ensino e dos interdiscursos

Fabiana Andrade Santos

Virginia Maria Ferreira Silveira Baldow

Lingüística, Letras e Artes

Universidade Estadual de Campinas

A Casa e a Rua: uma relação política e social em seus processos de significação

Eni de Lourdes Puccinelli Orlandi

-

Lingüística, Letras e Artes

Universidade do Vale do Rio dos Sinos

A cognição em mentes sociais: aspectos biológicos, semânticos e culturais

Sofia Inês Albornoz Stein

-

Ciências Humanas

Universidade Estadual de Londrina

A Construção da Diferença pelo Discurso: Procedimentos Enunciativos de Exclusão

Luiz Carlos Fernandes

-

Lingüística, Letras e Artes

Universidade de São Paulo

A construção do Oriente na literatura ocidental - Conflitos e convergências

Mario Ferreira

-

Lingüística, Letras e Artes

Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Variação Linguística e Confronto

Miguél Eugenio Almeida

Nataniel dos Santos Gomes

Lingüística, Letras e Artes

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

VARIUS - Variação e uso

Viviane Conceição Antunes Lima

Maristela da Silva Pinto

Lingüística, Letras e Artes

Universidade de São Paulo

Verve: Verbum Vertere - Estudos de Poética, Tradução e História da Tradução de Textos Latinos

Alexandre Pinheiro Hasegawa

João Angelo Oliva Neto

Lingüística, Letras e Artes

Universidade Federal de Juiz de Fora

Viagem, imaginarios e socialidade

Vera Maria Guimarães

Euler David de Siqueira

Ciências Sociais Aplicadas

Universidade Estadual de Campinas

Vozes (In)fames: exclusão e resistência

Maria Jose Rodrigues Faria Coracini

-

Lingüística, Letras e Artes

Universidade do Estado de Mato Grosso

Vozes da Cidade

Olimpia Maluf Souza

Fernanda Surubi Fernandes

Lingüística, Letras e Artes

 

Total de registros: 999

Fonte: http://dgp.cnpq.br/dgp/faces/consulta/consulta_parametrizada.jsf

A segunda busca nos devolveu 234 registros para as palavras-chave ‘análise do discurso’.

Tabela 2: registros para palavras-chave ‘análise do discurso’.

Consulta Parametrizada

INSTITUIÇÃO

GRUPO

LÍDER

2º LÍDER

ÁREA
PREDOMINANTE

Universidade de São Paulo

A Análise do Discurso e suas interfaces: Letramento, Autoria e Psicanálise

Leda Verdiani Tfouni

-

Lingüística, Letras e Artes

Universidade Federal da Paraíba

A Educação de Jovens e Adultos: políticas, práticas e discursos no cenário brasileiro.

Erenildo João Carlos

-

Ciências Humanas

Universidade Federal do Amazonas

A LINGUAGEM E SUAS IMPLICAÇÕES NO ÂMBITO LINGUÍSTICO E SOCIAL

Maria Sandra Campos

-

Lingüística, Letras e Artes

Universidade de Brasília

A Linguística Sistêmico-Funcional como instrumental teórico-metodológico para análise do

Edna Cristina Muniz da Silva

Denize Elena Garcia da Silva

Lingüística, Letras e Artes

Universidade Federal Rural de Pernambuco

Análise de gêneros e de discursos

Vicentina Maria Ramires Borba

-

Lingüística, Letras e Artes

Universidade Federal de Minas Gerais

Análise do Discurso

Ida Lucia Machado

Wander Emediato de Souza

Lingüística, Letras e Artes

Universidade Federal de Alagoas

Análise do Discurso - Grupo de Estudos em Discurso e Ontologia - Gedon

Helson Flavio da Silva Sobrinho

Belmira Rita da Costa Magalhães

Lingüística, Letras e Artes

Faculdade Unida de Vitória

Análise do discurso religioso e hermenêutica.

José Adriano Filho

-

Ciências Humanas

Universidade Federal da Grande Dourados

TDI - TERRITÓRIO, DISCURSO E IDENTIDADE

Conrado Neves Sathler

-

Ciências Humanas

Universidade Federal de Pernambuco

Teoria do Discurso e Educação

Gustavo Gilson Sousa de Oliveira

Anna Luiza Araújo Ramos Martins de Oliveira

Ciências Humanas

Universidade Federal de Campina Grande

Teorias da Linguagem e Ensino

Aloísio de Medeiros Dantas

Washington Silva de Farias

Lingüística, Letras e Artes

Universidade Federal de Santa Catarina

Texto, Discurso e Práticas Sociais (NUPDISCURSO)

Marcos Antonio Morgado de Oliveira

Viviane Maria Heberle

Lingüística, Letras e Artes

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Turismo, Cultura e Sociedade

Antonio Edmilson Martins Rodrigues

-

Ciências Sociais Aplicadas

Universidade Estadual do Paraná

Vale das Letras

Karim Sieben eicher

-

Lingüística, Letras e Artes

 

Total de registros: 234

 

Fonte: http://dgp.cnpq.br/dgp/faces/consulta/consulta_parametrizada.jsf

 

Abaixo está a devolutiva de registros baseada nas palavras-chave: ‘análise crítica do discurso’.

Tabela 3: registros para ‘análise crítica do discurso’.

Consulta Parametrizada

INSTITUIÇÃO

GRUPO

LÍDER

2º LÍDER

ÁREA
PREDOMINANTE

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

DIRECT- Em Direção à Linguagem do Trabalho

Leila Barbara

Celia Maria Macedo de Macedo

Lingüística, Letras e Artes

Universidade Católica de Pernambuco

Ensino, Texto e Discurso

Nadia Pereira da Silva Gonçalves de Azevedo

-

Lingüística, Letras e Artes

Universidade Federal de Viçosa

Estudos Discursivos

Mônica Santos de Souza Melo

-

Lingüística, Letras e Artes

Universidade Federal de Rondônia

Filologia e Modernidades

Patricia Helena dos Santos Carneiro

Júlio César Barreto Rocha

Lingüística, Letras e Artes

Universidade do Estado de Mato Grosso

Formação crítica de educadores de línguas, análise crítica do discurso e realismo crítico

Cláudia Graziano Paes de Barros

Solange Maria de BARROS

Lingüística, Letras e Artes

Universidade Federal de Sergipe

Grupo de Estudos da linguagem e Ensino - GELINE

Maria Leônia Garcia Costa Carvalho

Cleide Emília Faye Pedrosa

Lingüística, Letras e Artes

Universidade de São Paulo

Grupo de Estudos do Discurso da USP (GEDUSP)

Luiz Antonio da Silva

Zilda Gaspar Oliveira de Aquino

Lingüística, Letras e Artes

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina

Grupo de Pesquisa em Ensino, Experiências Docentes e Interdisciplinaridade

Fernanda Broch

-

Ciências Humanas

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Grupo de Pesquisa em Estudos do Texto e do Discurso - GETED

Cleide Emília Faye Pedrosa

Sulemi Fabiano Campos

Lingüística, Letras e Artes

Universidade Católica de Pernambuco

Linguagem e Direito

Virgínia Colares Soares Figueirêdo Alves

Marilia Montenegro Pessoa de Mello

Ciências Sociais Aplicadas

Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

Linguagem, Interdisciplinaridade e Ensino de Línguas

Vilmar Ferreira de Souza

José Sérgio Amancio de Moura

Lingüística, Letras e Artes

Universidade de São Paulo

NEAC - USP  Núcleo de Estudos  em Análise Crítica do Discurso

Paulo Roberto Gonçalves Segundo

Maria Lúcia da Cunha Victório de Oliveira Andrade

Lingüística, Letras e Artes

Universidade Federal de Santa Maria

Núcleo de Estudos em Gênero, Discurso e Comunicação - GDCom

Vanessa Wendhausen Lima

Fabio da Silva

Ciências Sociais Aplicadas

Universidade Federal da Integração Latino-Americana

Produção de materiais didáticos para o ensino de Espanhol Língua Adicional no contexto da

Iván Alejandro Ulloa Bustinza

-

Lingüística, Letras e Artes

Universidade Federal de Santa Catarina

Texto, Discurso e Práticas Sociais (NUPDISCURSO)

Marcos Antonio Morgado de Oliveira

Viviane Maria Heberle

Lingüística, Letras e Artes

Total de registros: 19

Fonte: http://dgp.cnpq.br/dgp/faces/consulta/consulta_parametrizada.jsf

Abaixo estão os resultados para a busca ‘analise do discurso jurídico’.

Tabela 4: registros para palavras-chave ‘análise do discurso jurídico’

Consulta Parametrizada

INSTITUIÇÃO

GRUPO

LÍDER

2º LÍDER

ÁREA
PREDOMINANTE

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Análise textual dos discursos jurídico, político e em educação

Ana Graça Canan

João Gomes da Silva Neto

Lingüística, Letras e Artes

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Grupo de Pesquisa em Análise Textual dos Discursos

Luis Álvaro Sgadari Passeggi

Maria das Gracas Soares Rodrigues

Lingüística, Letras e Artes

Universidade Católica de Pernambuco

Linguagem e Direito

Virgínia Colares Soares Figueirêdo Alves

Marilia Montenegro Pessoa de Mello

Ciências Sociais Aplicadas

Total de registros: 3

Fonte: http://dgp.cnpq.br/dgp/faces/consulta/consulta_parametrizada.jsf

 

Abaixo está o resultado para as palavras-chave ‘analise crítica do discurso juridico’:

Tabela 5: registro para palavras-chave ‘análise crítica do discurso jurídico’.

Consulta Parametrizada

INSTITUIÇÃO

GRUPO

LÍDER

2º LÍDER

ÁREA
PREDOMINANTE

Universidade Católica de Pernambuco

Linguagem e Direito

Virgínia Colares Soares Figueirêdo Alves

Marilia Montenegro Pessoa de Mello

Ciências Sociais Aplicadas

Total de registros: 1

Fonte: http://dgp.cnpq.br/dgp/faces/consulta/consulta_parametrizada.jsf

 

A seguir estão listados os indicadores da produção intelectual dos integrantes do grupo de pesquisa.

Tabela 6: Indicadores de Produção C, T & A de Integrantes do Grupo - 2007-2010

Tipo de Produção

2007

2008

2009

2010

Produção bibliográfica

88

82

41

73

Artigo completo publicado em periodicos especializados (circulação nacional)

30

24

5

11

Artigo completo publicado em periodicos especializados (circulação internacional)

0

3

0

0

Trabalhos completos publicados em anais de eventos científicos, tecnológicos e artísticos

27

15

11

10

Livro

3

0

4

6

Capitulo de livro

15

22

14

17

Resumo de trabalhos publicados em revistas tecnico-científicas

0

0

0

0

Resumo de trabalhos publicados em anais de eventos científicos, tecnologicos e artisticos

13

18

7

29

Produção Técnica

115

131

47

73

Software com registro ou patente

0

0

0

0

Software sem registro ou patente

0

0

0

0

Produto tecnologico com registro ou patente

0

0

0

0

Produto tecnologico sem registro ou patente

0

0

0

0

Processo ou tecnica com catalogo/registro

0

0

0

0

Processo ou tecnica sem catalogo/registro

0

0

0

0

Trabalhos técnicos

24

4

3

2

Apresentação de trabalhos

63

79

28

47

Outros trabalhos técnicos

28

48

16

24

Orientação concluída

93

104

56

22

Dissertação de mestrado

20

13

10

2

Tese de doutorado

0

0

1

0

Monografia de conclusão de curso de aperfeicoamento/especialização

21

9

7

0

Trabalho de conclusão de curso de graduação

34

45

25

14

Iniciação científica

18

37

13

6

Demais trabalhos

256

199

200

151

Fonte: diretório de grupos de pesquisa - CNPq-Lattes

 

Abaixo estão listados os membros do grupo de pesquisa Linguagem e Direito, segundo o CNPq.

Tabela 7: componentes do grupo de pesquisa Linguagem e Direito

Linha de Pesquisa

Análise Crítica do Discurso Jurídico

Nome do Grupo:  Linguagem e Direito   -  Ref.: UNICAP.203056

Objetivos:  A Análise Crítica do Discurso Jurídico (ACDJ) buscar investigar a produção, distribuição e consumo de textos encaixados em práticas sociais do judiciário, desalojando os estereótipos textuais das construções hipotéticas, ideais e apriorísticas da doutrina jurídica.

Palavras-chave:   Criminologia Crítica; Direito Penal; Discurso Jurídico; Interação na Justiça; Lingüística Aplicada; Processo judicial; Prática Forense; Sociologia Jurídica; exegese; interpretação; semiologia;  

Pesquisadores:

Edson Carlos Romualdo

Nadilson Manoel da Silva

Elisabeth Linhares Catunda

Paulo Cortes Gago

Glauco Salomão Leite

Virgínia Colares Soares Figueirêdo Alves

Luciana Carvalho Fonseca

 

Estudantes:

Cristiane Dias Ferreira

Lucas Nunes Santos Ferrarezi

Damaris Rodrigues Muniz de Freitas

Maria Emilia Miranda de Oliveira Queiroz

Deila Martins de Souza

Priscila Fernandes Sant'Anna

Elizabeth Souza Mendonça

Priscila Júlio Guedes Pinto

Flávio Porpino Cabral de Melo

Roberto Perobelli de Oliveira

José Antonio de Albuquerque Filho

Vinicius de Negreiros Calado

Árvore do conhecimento:   Lingüística, Letras e Artes; Lingüística;

Setores de atividade:   Educação;  

Fonte: diretório de grupos de pesquisa – CNPq-Lattes

Como se viu existem diversos grupos de pesquisa relacionados direta ou indiretamente com o objeto de pesquisa ‘Análise Crítica de Discurso’. O refinamento proporciona resultados mais objetivos quando o pesquisador precisa de um resultado com elevado grau de precisão.

As redes de pesquisa de acordo com o CNPq tem o objetivo de:

[...] impulsionar a criação do conhecimento e o processo de inovação resultantes do intercâmbio de informações e, sobretudo, da junção de competências de grupos que unem esforços na busca de metas comuns, podendo ou não haver compartilhamento de instalações.

A instituição ainda esclarece que as redes de pesquisa não devem ser confundidas com redes sociais de pesquisa que “visam suprir a necessidade de um ambiente próprio e especializado de uma área determinada do conhecimento” que podem comercializar os resultados ou inovações alcançadas.

Visto sob uma perspectiva social, há um incremento no resultado final das pesquisas dos pesquisadores que atuam em rede em relação aos que atuam individualmente, além da ampliação do repertório de abordagens e ferramentas de pesquisa (BALANCIERI, et al., 2005).

O advento e a contínua renovação das tecnologias de comunicação e informação (TICs) constitui atualmente o principal suporte sobre o qual se pode formar as redes de pesquisa. As comunidades virtuais na internet valem-se de recursos tecnológicos variados na efetivação de intercâmbio de informações.

De acordo com Leite (et. al., 2014) um grupo e pesquisa constitui uma rede de investigadores que pode alcançar contextos locais, regionais e internacionais. Leite entende que uma rede se estabelece quando um grupo de pessoas, instituições, agências e empresas estão em contato de tal modo que podem ser representados inclusive graficamente por conexões em nós.

A representação abaixo foi retirada de Balancieri (et.al. 2005) e mostra um exemplo de rede em co-autoria usado por Newman (apud BALANCIERI et. al., 2005).

 

Figura 1: Exemplo de Rede de Co-autoria.

http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/viewFile/619/551/1443

Fonte: Newman 2001 (apud BALANCIERI et. al, 2005)

Balancieri (op. cit.) dia que a representação acima utiliza uma teoria chamada de Teoria dos Grafos que calcula a distância entre os atores de uma rede de pesquisa. Segundo essa teoria a distância é o grau de afastamento de um vértice (ator) em relação a outros vértices do grafo, por exemplo, a distância entre o pesquisador A e o pesquisador K é de dois pesquisadores (A-B-G-K ou A-D-G-K).

Em âmbito internacional, localizamos as seguintes redes de pesquisa em AD:

Tabela 8: Redes Internacionais de pesquisa em análise do discurso

REDE

Descrição da rede no website.

IDA WORLD- World Network in Ideology and Discourse Analysis – University of Essex

IDA World brings together researchers, students and activists interested in furthering the theoretical and practical development of Ideology and Discourse Analysis from a post-structural perspective. The Network was established in May 2003 at the University of Essex and builds upon the Essex Ideology and Discourse Analysis Research Programme, which was first established in 1982 under the intellectual leadership of Ernesto Laclau, and supports MAand Doctoral schemes of study at the Department of Government.  Drawing on the insights of thinkers as diverse as Marx, Gramsci, Althusser, Saussure, Barthes, Lacan, Zizek, Derrida, Butler, Wittgenstein, Badiou and Foucault, the IDA Programme responded to the growing disenchantment with the dominant theoretical models of social science explanation that dominate the social sciences (e.g. positivism; behaviouralism; structural functionalism; rational choice) by developing a post-structuralist approach to the human and social sciences.

Analisedodiscurso.net. site international dedicado à interseção das humanidades e ciências sociais e ciências da linguagem. 

 

Patrocinado pela Fundação de Pesquisa Alemã (DFG - German Research Foundation), a rede MeMeDa foi inaugurada em 2008 para promover a análise do discurso como um campo interdisciplinar e internacional de pesquisa em ciências sociais, linguística e humanidades. Ele consiste de 40 analistas do discurso alemães. Haverá aproximadamente dois encontros por ano até 2011. Além de desenvolver este site, este grupo está trabalhando em um livro editado e em um Dicionário de Análise do Discurso. Seja bem-vindo para juntar-se aos encontros do nosso grupo, que são anunciados nesta página. Para mais informações, contate Johannes Angermueller.

DiscouseNet.

Funded by the European Research Council (ERC DISCONEX) and other research institutions, this network brings together discourse analystsfrom the social sciences and humanities in Europe. Since 2006, regular meetings have facilitated the debate among different disciplinary and national tendencies in Discourse Studies. Open to everybody interested in discourse research, DiscourseNet now focuses on building up an international community through this website.

National Centre for Research Methods

This project comprised a series of seminars, master classes and exploratory workshops intended to establish connections between scholars conducting discourse analysis in different social science disciplines. 
The primary aim was to synthesise methodological expertise and to encourage methodological innovation arising from this process of interaction across epistemological and disciplinary backgrounds, drawing on work in post-structuralist discourse theory, interpretative policy analysis, Q-methodology, critical discourse analysis and discursive psychology. 

Network Institute of University of Amsterdam.

 Institutional Discourse at the University of Amsterdam

In our program we investigate how institutions are discursively constructed and maintained through the linguistic and semiotic behaviors of their members. We aim to articulate specific proposals for the analysis of multimodal data in a number of professional social contexts, especially multiparty discourses that involve complex roles and participation frameworks.

Fonte: elaborado pelo autor.

O que caracteriza as redes apresentadas acima são os processos discursivos materializados nas webpages relacionados ao científico como produto que a rede pode produzir, de autoria coletiva materializada em artigos científicos, dissertações e teses. Pode-se notar também que há um processo relacionados ao idioma, predominantemente o inglês, entretanto a rede “Analisedodiscurso.net” se destaca por ter uma interface multilínguas, além do inglês é traduzido por parceiros para o francês, alemão, holandês, polonês, português e para o espanhol.

As redes de pesquisa se constituem como uma realidade virtual e material simultaneamente, virtualizada pelo modo de acesso e interação, via web, e materializada em uma instituição ou entidade, não necessariamente um cientista, entidade ou universidade.

Assim, viu-se aqui uma breve descrição sobre as bases da Análise do Discurso de linha francesa e da Análise Crítica do Discurso. Viu-se também os grupos de pesquisa relacionados com as linhas de pesquisa sobre discurso registrados na base de dados do CNPq.

As redes de pesquisa internacionais não são passíveis de pesquisa em um único banco de dados, deixando a pesquisa sobre essas redes dependente do motor de busca que se utiliza.

Os grupos de pesquisa e as redes de pesquisa, apoiados pelas TICs, contribuem fortemente para o avanço das fronteiras do conhecimento bem como para o fortalecimento das linhas de pesquisa.

A seguir foi feito um levantamento sobre os temas ‘legítima defesa da honra’, ‘crime passional’, ‘honra’, temáticas ligadas ao discurso jurídico e que fazem parte de nosso objeto de pesquisa.

 

Artigos publicados na área

Em um artigo, Beraldo (2004) noz diz sobre a questão do adultério como crime que atinge a entidade familiar e a honra do marido traído (escrito antes da publicação do novo Código Penal que descriminalizou o adultério). Fala também sobre o privilégio da violenta emoção superar a tese da legítima defesa da honra (LDH). Passa, então a examinar o que chama de elementos subjetivos que envolvem a questão da LDH: amor, ciúme e paixão. Distingue entre amor platônico e amor físico. O amor físico, para Beraldo, é o que “traduz o ser amado em propriedade, exige que lhe pertença exclusivamente e não aceita rejeição“

Conclui que há polêmica quanto à defesa da honra conjugal e que o ciúme é a causa principal do desequilíbrio emocional  no crime passional. Diz também que o indivíduo sob violenta emoção é incapaz de analisar as consequências de seu ato, que o comportamento da vítima na maioria dos crimes e em especial o crime passional é que impulsiona o agente à prática do ato lesivo.

Augusto (2012) trata da inaplicabilidade da tese de legítima da honra nos crimes passionais. Trata do conceito de honra no direito brasileiro e do afastamento da tese da legítima defesa da honra nos crimes passionais.

Conclui que toda atitude é fruto da busca da satisfação de uma necessidade, mas não se pode admitir que prevaleça o intento egoísta e irresponsável do criminoso passional em detrimento da dignidade e da vida da vítima. A sociedade atual não viabiliza

Leal (2005) trata do posicionamento legal a respeito dos crimes passionais. Defende que o crime passional deveria ser majorado em sua pena ou até classificado como crime hediondo. Observa como o código penal anterior a 1940 tratava o homicida passional (isentava de pena o agente que tivesse praticado o fato sob a influência de "completa perturbação dos sentidos e da inteligência" – art. 27, § 4º, da Consolidação das Leis Penais – CLP), e como passou a tratar o agente do delito (poderá ser contemplado com a causa privilegiadora de redução de pena prevista no § 1º, do art. 121. Mas, só no caso de "violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima")

Conclui que Rabonowicz e Hungria (autores conceituados no estudo do direito) vistos hoje estão equivocados devido à mudança dos tempos e costumes.

Este é um artigo de jornal que expõe o ocorrido em um caso que ficou bastante conhecido sobre a absolvição de um homem que matou ex-esposa e seu amante por ciúmes e inconformismo com a separação. A data marca o início da mudança de mentalidade social quanto à legítima defesa da honra (BROOKE, 1991).

Nelson (2015) traça neste artigo uma linha histórica de onde se baseia a defesa da honra no Brasil desde a independência. Nos diz que em essência a defesa da honra pelo marido iguala o adultério da esposa, ou seu alegado adultério (não necessariamente comprovado) à uma agressão física, assim como a legítima defesa, a bem sucedida defesa da honra resulta em absolvição.

A autora toma o caso de João Lopes (matou ex-esposa e amante, foi absolvido) para apontá-lo como um marco numa difícil mudança pois a apelação da promotoria não teve votação unânime para anular a sentença d Juri.

Neste artigo Petherick (2014) autora fala da eleição da presidenta brasileira Dilma Rousseff relacionando-a a cadidatura-laranja, ou seja, alguém que é controlado por outro. A autora admite que há muitas conquistas pelas mulheres no Brasil quando comparado à América Latina e ao mundo. Como contraponto mostra a pouca participação da mulher na política brasileira e a manutenção da criminalização do aborto e violência contra a mulher.

Cornwall (2015) delineia o papel da mulher e do movimento feminista em direção a uma maior igualdade de gêneros e justiça. Neste projeto explora como ativistas as atividades voltadas aos direitos humanos têm procurado conseguir leis, políticas e programas para melhorar a vida doméstica e profissional de mulheres, além de assegurar uma vida livre de violência e abusos. Parte do projeto está focado especificamente na preocupação com o aumento da violência doméstica e lista países como Gana e China além do Brasil onde há políticas específicas contra a violência doméstica, como a Lei Maria da Penha. Cita também casos de absolvição de réus sob a tese da legítima defesa da honra.

Rosa (2014) trata da legítima defesa da honra como um anacronismo que ainda resiste no meio jurídico. Remonta às origens do casamento e da constituição da família passando pela Moral Cristã, o monopólio sexual e a falocracia. Esta última “reina absoluta, inclusive no Direito” (grifo da autora). Passa então a tratar do tema do adultério e da libertação do amor de suas proibições e do prazer realizados fora do dever levando à rejeição da lavação da honra com sangue.

Cabette (2015) trata projeto de lei do Senado n. 292, e 2013 que pode criar uma nova forma qualificada de homicídio no Código Penal Brasileiro. Esta lei pretende regular  o que se convenciona chamar de “feminicídio”  como sendo uma forma de homicídio que tem por vítima uma mulher em situação de “violência de gênero”. De acordo com Cabette (op.cit.), legislações semelhantes e com nomen juris também similares (v. g. “femicídio”, “assassinatos relacionados a gênero”, “violência feminicida”) são encontráveis em diplomas penais no México, Guatemala, Chile, El Salvador, Peru, Nicarágua e Argentina. O autor questiona esse tipo de lei que exclui a possibilidade de crime passional, uma vez que não leva em conta as paixões humanas além da paixão masculina propriamente dita. Para o autor, a lei seria inócua pois a tese da legítima defesa da honra é praticamente indefensável. Para o autor a nova lei não seria capaz de dar cabo de uma paixão destrutiva humana, comum aos dois gêneros.

Morais (2014) trata da diferenciação entre as várias espécies de legítima defesa  Ao tratar da legítima defesa da honra diz que na história da evolução social não se pode deixar de notar que a tese em referência não tem mais previsão legal, muito embora antes de cair em desuso teve ampla divulgação até ser banalizada.

Bianchini (2012) retoma a tese da legítima defesa da honra como tentativa de explicar um duplo homicídio (mãe e filho) pelo pai que enciumado após o delito tenta o suicídio. Retoma o mapa da violência elaborado pelo Instituto Sangari  que mostra o índice de morte de mulheres no âmbito doméstico e o relaciona ao ciúme como fator motivador.

Silva (2014) trata do tema da violência doméstica e do advento da lei Maria da Penha. Retoma a violência da mulher na história para alicerçar sua opinião sobre as relações de amor e ódio entre maridos violentos e mulheres submissas. Depois trata da construção do perfil psicológico do agressor e agredida. A legítima defesa da honra vista como uma consequência da posição inferiorizada da mulher perante o homem.

Em artigo Cristino (2008) diz que a dispor das transformações socioeconômicas ocorridas ao longo do século passado, o Código Penal Pátrio permanece ditando condutas anacrônicas. A legítima defesa da honra se demonstra inviável juridicamente devido à ausência dos requisitos constitutivos da excludente de ilicitude. A autora diz que a análise da jurisprudência apresenta manifestações preconceituosas do senso comum, logo a seguir coibidas pela garantia da legitimidade, proporcionalidade e humanidade das leis. Os resultados favoráveis nada mais revelam que os resquícios de uma sociedade discriminatória, de uma concepção equivocada a cerca das funções do Direito Penal.

Menuzzi e Duarte (2012) traçam um percurso histórico do tema “excludentes de ilicitude” desde a origem no período colonial chegando ao século XX com os códigos penais de 1940 e 1969. Mostram o conceito da legítima defesa e da legítima defesa da honra e as poucas mudanças ao longo do tempo.

Lia (2013) adota uma perspectiva sócio jurídica da relação de gênero e direitos humanos referentes aos crimes de honra. O autor traça um panorama dos crimes de legítima defesa da honra na América Latina com foco mais acentuado no Brasil. Países como o Equador ainda possuem dispositivos de lei que preveem tratamento especial aos delitos de honra, o artigo 22 do Código Penal equatoriano estabelece, quanto à “legítima defesa da honra conjugal e do pudor”, que não há infração alguma quando um dos cônjuges mata, fere ou golpeia o outro, ou “ao correspondente amante”, no instante de 11 Art. 509.

Toigo (2010) trata, neste artigo, do crime passional e de como este era tratado no Código Penal Brasileiro de 1940. Descreve o homicídio passional e como esta tese é tratada no Triuna do Júri para tentar eximir de culpa os réus. Como fator presente neste tipo de crime, a autora trata também da violenta emoção como causa de diminuição de culpa.

O artigo de Cotes (2015) faz referência a casos julgados sob a tese da legítima defesa da honra que resultaram em absolvição em primeira instância. Relaciona o comportamento dos réus com frustração e incapacidade de superação. Apresenta dados estatísticos que mostram que entre 1999 e 2003 ocorreram 42 julgamentos cuja tese da legítima defesa da honra foi alegada; houve 23 absolvições em primeira instância.

A monografia de Rojas (2006) mostra o homicídio praticado por cônjuges ou companheiros decorrente de relacionamentos amorosos frustrados. Compara o código penal da França, Portugal, Alemanha e Suíça referente ao assunto. Expõe brevemente as paixões como privilegiadoras nos casos de legitima defesa da honra.

Em um artigo, Ramos (2012) utiliza a teoria de gênero para analisar julgamentos de crimes cuja tese de defesa foi a legítima defesa da honra. Resultado de uma pesquisa de mestrado, foram analisados seis acórdãos disponíveis online no período de 2000 a 2008. A honra masculina como enunciado é anacrônico, segundo a autora, sendo seu significado pertencente a um passado equidistante, porém a tese da legítima defesa da honra ainda aparecem em julgamentos e são aceitas pelo júri. A autora resgata o conceito de casamento e honra desde a chegada da família real ao Brasil em 1808 até a atualidade e ressalta no último acórdão analisado que a defesa inconformada pela condenação do réu recorre da decisão sustentando ainda a tese em referência.

O texto de Beleza (1991) apresenta uma reflexão sobre a relevância do gênero feminino no estudo da tese da legítima defesa da honra. Beleza (op. cit.) mobiliza a Teoria Feminista do Direito no âmbito anglo-saxão, também chamada de feminist jurisprudence. A definição dogmática ou legal das causas que justificam a referida tese defensiva usam linguagem pretensamente neutra; contudo, na maioria dos casos em julgamento são homens os réus. A autora critica a teoria feminista do direito sugerindo que esta poderia ser orientada para a abolição da diferenciação por gênero. Entretanto a autora assinala que tem de diferente e novo

Sobre o crime passional

Neste artigo Santos (2015) trata do tema do homicídio passional e o privilegiado segundo a doutrina jurídica brasileira. O homicídio privilegiado é visto como uma causa especial de diminuição de pena previsto no Código Penal Brasileiro. O motivo pelo qual o sujeito age deve ser relevante, ter grande importância coletiva ou individual, do contrário a pena não será reduzida. Também há o motivo de relevante valor moral que difere do anterior por dizer respeito a apenas aos interesses individuais do sujeito autor do delito. A ação sob o domínio de violenta emoção é outra modalidade de homicídio privilegiado e é caracterizado pela ação totalmente sob influência de forte e violenta emoção que leva o agente a perder o autocontrole e desintegrar-se psiquicamente e agir logo em seguida à provocação.

Neri (2007) trata do tema “quem ama mata?” Parte e um questionamento acerca da relação entre o feminino e a transgressão. Este trabalho, segundo Neri (2007), foi construído durante a atividade clínica em uma unidade penitenciária de mulheres que cumpriam pena de reclusão em regime fechado. A autora descreve os crimes motivados por amor, paixão, perda da razão relacionado ao envolvimento amoroso. O estudo está baseado na psicanálise freudiana e lacaniana sobre as paixões.

O texto de Ramos (2015) é parte de uma monografia cuja temática são os crimes passionais praticados por mulheres em Curitiba entre os anos de 1890 e 1930. Visto de um ponto de vista histórico, Ramos (op. cit.) descreve a sociedade curitibana e a influência da sociedade europeia naquele meio social e no papel das mulheres nas sociedades curitibana e europeia. Crimes praticados sob a influência de ciúmes e traições conjugais. O texto trata também da própria noção de crime quando praticado por motivos emocionais ou passionais, vendo-os como uma criação recente.

Santiago e Coelho (2010) focaram os aspectos emocionais quem têm relação com o crime passional. A amostra foi colhida entre a população carcerária de duas penitenciárias do estado da Bahia. Os sujeitos infratores se envolveram em relacionamentos amorosos e em certo momento se viram envolvidos em situação de rivalidade e traição, o que os fez mobilizar sentimentos como ciúme, paixão e ódio que lhes causaram profundo sofrimento que os impeliu ao crime. De acordo com as autoras os sujeitos viram-se em situações as quais não viam saída senão o comportamento violento que os levou à condenação judicial, estigmatização e interrupção dos projetos de vida.

Martins Borges (2011) inicia o texto expondo o homicídio conjugal dentro das categorias de homicídios. Descreve-o como gesto violento e agressivo inscrito dentro da relação conjugal, e que independe de os parceiros estarem juntos ou separados. Ainda segundo o estudo, os homens são mais propensos ao gesto violento como expressão da violação ao sentimento de posse ou ante a rejeição ou perda do controle da parceira. Há um sensível aumento do risco de eventual homicídio caso o homem desconfie de uma possível infidelidade da parceira ou se esta decide romper a relação.

Mazzucheli e Ferreira (2015) fazem um ensaio que delimita no ordenamento jurídico o crime passional e as circunstâncias em que pode ocorrer. Mostra no ordenamento a privilegiadora do art. 121 e seus requisitos como a violenta emoção. Procura discutir os elementos subjetivos que colaboram para o conceito de crime passional, o amor, o ciúme como excludente de motivação torpe, a paixão, o ódio, e o transtorno explosivo intermitente ou síndrome de descontrole episódico. Ainda na descrição do criminoso passional, o autor enumera diversos outros autores que colaboram para construir a imagem virtual do homicida passional. A honra é um fator abordado pelo autor e discutido segundo a dificuldade de consubstanciá-la. Mazzuchelli e Ferreira (2015) concluem chamando a atenção para a atipicidade do crime passional devido à marcante presença das emoções.

Matos (2015) resgata o conceito de delinquentes passionais descrito por Lassare em 1909, e que coloca as paixões como mais ameaçadoras e antissociais que o roubo e o furto. O autor traz para a discussão o transtorno explosivo de personalidade, o transtorno borderline e o homicida passional, classificando este último como o verdadeiro passional capaz de matar por motivação torpe e frívola. Para o autor, o homicida passional age com cálculo ou influência de distúrbios psíquicos, é um sujeito com tendências narcisistas e que tem a vítima como objeto de satisfação. Ao final o autor lembra o artigo 5º da Constituição Federal sobre “a vida [ser] um direito inviolável” e garantido a todos.

Shima (2015) aborda as principais características do homicida passional, indo da relação com a vítima até uma descrição conceitual para melhor caracterizar esse sujeito. O texto se mostra tendencioso no sentido de que a autora extrapola a descrição objetiva e em comparação classifica o homicida passional como ‘alienígena’, ‘uma monstruosidade’, um doente’. Shima (2015) aborda a honra como elemento presente nos crimes passionais e seu reflexo na sociedade.

Neste texto Sousa (2010) aborda a questão da honra masculina e como esta aparece nos processos criminais de violência contra mulheres em Fortaleza no período entre 1920-1940. São abordados quatro processos criminais em que são ressaltadas as falas dos advogados. A autora nota o uso de termos como “lavagem da honra” e “homens de bem” pelos advogados e a deposição da responsabilidade pela honra masculina nas mulheres. Para a autora a honra era assim um assunto eminentemente masculino e às mulheres ficava o papel de vilãs e por esse papel pagavam com o próprio sangue.

A seguir apresentamos duas teses que logramos êxito em localizar sobre a temática da análise do discurso jurídico crítico.

A primeira tese localizada foi defendida em 1999 por Virgínia Colares Soares Figueiredo Alves e o título é Inquirição na justiça: estratégias lingüístico-discursivas, defendida na Universidade Federal de Pernambuco. A tese de Alves (1999) discorre sobre “a noção wittgensteineana de jogo de linguagem a partir da análise de blocos seqüenciais de enunciados extraídos de audiências jurídicas autênticas”, ou seja, analisa o jogo de linguagem em diversas ocasiões de pergunta-resposta tratando as possibilidades de produção de sentidos em função do tipo de interrogatório. A autora trata também da noção de interpretação jurídica através da hermenêutica que pressupõe a existência de um sentido literal, visto pela interpretação jurídica o que chamam de “técnica”. Essa abordagem interpretativa constitui o que a autora chama de uma semântica ingênua porque supõe a existência objetiva e estanque das “significações”.

A autora delineia uma metodologia de transcrição de tomada de depoimento para então analisar este evento comunicativo, trabalhando com duas estratégias a que chama de estruturais e processuais.

As conclusões permitem à autora sugerir que resultados obtidos na investigação são úteis para os cursos de Direito e sinaliza a possibilidade de outras investigações nesta linha de pesquisa, de caráter eminentemente interdisciplinar.

A segunda tese que localizamos foi defendida em 2008 por Maria Helena Cruz Pistori com o título Persuasão e eficácia discursiva no Direito: modos de ser, modos de dizer, defendida na Universidade de São Paulo.

Esta tese tem como objetivo “verificar o funcionamento argumentativo do éthos do orador num processo judicial”, assim a autora revisa conceitos de retórica em Aristóteles e em autores modernos da escola de Paris procurando desdobrar o processo em que o orador busca obter a persuasão do enunciatário ou locutário. Em sua análise, Pistori (op. cit.) ressalta a importância das paixões como o início do processo de adesão do ethos do enunciador ao pathos do enunciatário, ou seja, os simulacros que dão suporte ao reconhecimento da solidariedade e benevolência do orador. Pode-se notar, então, que o trabalho empreendido pela autora é essencialmente baseado na semiótica greimasiana.

Pistori (2008) apresenta uma reflexão em que considera o grau de eficácia persuasiva dos discursos analisados e tece considerações acerca das características que delineam o ethos dos advogados de defesa, o ethos dos promotores e dos magistrados.

A autora conclui que sua pesquisa construiu uma metodologia que propicia efetuar análise de argumentações e que serve como ferramenta para o próprio Direito.

Dito isso, este levantamento breve do estado da arte da análise crítica do discurso jurídico vem colaborar grandemente para os estudos que estamos empreendendo.

 

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[1] Doutorando em Letras/Linguística na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS; bolsista CAPES; email: alexandre_gonzaga@hotmail.com

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