ANÁLISE
CRÍTICA DO DISCURSO JURÍDICO: uma busca pelo estado da arte
Alexandre L. Gonzaga[1]
RESUMO: Iniciar a escrita de uma
tese não é fácil, por isso procuramos um começo entre tantos caminhos
possíveis. Por se tratar de um assunto muito específico, optamos por fazer uma
busca na base de dados do Lattes/CNPq com a finalidade de conhecer os grupos de
pesquisa que atuam nessa linha de pesquisa, buscamos também grupos de pesquisa
internacionais para conhecermos os principais pesquisadores da área. Em um
segundo momento buscamos artigos publicados os quais fizemos breve relato e por
fim localizamos três teses defendidas nesta área. Concluímos que a análise
crítica do discurso jurídico é uma área profícua e em expansão nos estudos do
discurso.
Palavras-Chave:
Análise crítica do discurso, discurso jurídico, estado da arte.
Pretendemos
mostrar neste paper os grupos e redes
de pesquisa nacionais e internacionais que abordam o tema da Análise de
Discurso e Análise Crítica de Discurso com foco em discurso jurídico. Para isso
apresentaremos um panorama conceitual da análise discursiva.
O
termo ‘discurso’ admite uma variedade de significados, contudo o significado
mais comumente usado é o de uma exposição de determinado tema de forma
organizada e por meio da linguagem. O termo pode ter seu significado alterado
ou ressignificado de acordo com o campo do conhecimento que se traz para
análise como a psicologia, a antropologia, a sociologia entre outras.
Para
a linguística pode-se dizer que o discurso materializa o contato entre o
ideológico e o linguístico (BRANDÃO, 1995). No interior do discurso está a
representação dos efeitos das ideologias e o exercício do poder. Filósofos como
Michel Foucault e Michel Pêcheux defendem que é através do discurso que a
ideologia de um grupo se sustenta, ou seja, é através do discurso que
pensamentos e visões de mundo são transmitidos de um a outro sujeito, de um
grupo social a outro.
Os
estudos sobre a língua e a linguagem são bastante amplos e difundidos, a
perspectiva discursiva é uma ramificação que possui várias correntes teóricas. Destacamos
aqui duas tendências que são a Análise do Discurso (AD) e Análise Crítica do
Discurso (ACD).
A
AD conhecida também como escola francesa de análise do discurso é uma teoria
interdisciplinar, uma teoria de entremeio (ORLANDI, 1996) porque se constituiu
no exame das contradições epistemológicas que envolvem diversas áreas do
conhecimento como a história, a psicanálise e a linguística, articulados
através do materialismo histórico marxista. A AD foi estruturada por Michel
Pêcheux e outros pesquisadores entre as décadas de 1960 e 1970 na França.
Os
estudos sobre a AD se desenvolveram de um modo multivariado devido a
diversidade de fontes e as dificuldades metodológicas de uma área
interdisciplinar. Por ser uma área de interesses multifacetados projeta-se
também a possibilidade de existência de escolas distintas e a ampliação do
quadro metodológico, o que leva a uma necessidade de definição clara de objetos
e métodos aplicados de pesquisa. Visto deste modo, um conceito que deve estar
presente nas pesquisas que utilizam a AD é o conceito de condições de produção,
e que definiremos aqui como os elementos que cercam e de alguma forma
interferem na produção de um discurso (interlocutores, lugar de onde falam,
contexto social, econômico e histórico, assunto do qual tratam).
A
opção teórico-metodológica da Análise Crítica do Discurso (ACD) investiga o
discurso em contexto mais amplo, associado a questões de sociedade e cultura.
Esta abordagem tem influências estruturalistas francesas e dos trabalhos de
Michel Foucault voltados para as relações de poder e conhecimento. Oferece,
portanto, a possibilidade de investigar o uso da língua dentro de contextos
sociais e culturais. Por questionar o que seriam as evidências da língua que se
apresentam sem provas ou argumentos, a ACD possibilita explorar como se
representa o mundo segundo uma perspectiva particular. Ao considerar as
relações entre discurso e sociedade, entre texto e contexto e entre linguagem e
poder.
O
principal teórico da ACD é Norman Fairclough que a apresenta em Language and Power (FAIRCLOUGH, 1989) e
em Discourse and social change
(FAIRCLOUGH, 2001). As bases da ACD são transdisciplinares, o que significa que
rompe as fronteiras epistemológicas aplicando outras teorias em uma abordagem
sociodiscursiva da linguagem como pratica social. As noções de poder e
ideologia constituem áreas de interesse da ACD bem como o enfoque discursivo e
interacionista bakhtiniano.
Fairclough
(2001) propõe que seu modelo de análise do discurso se baseie em três dimensões
principais, a análise do texto, a prática discursiva e a prática social. A
primeira dimensão se preocupa com o vocabulário, a gramática, a coesão e
estrutura textual. A segunda dimensão avalia a produção, distribuição contexto,
força, coerência textuais, além das referências intertextuais. A terceira
dimensão observa a ideologia, os sentidos, pressuposições, metáforas,
orientações políticas entre outras diversas práticas sociais.
As
três dimensões estão superpostas na prática, ou seja, em termos de análise não
está determinado qual dimensão analisar primeiro uma vez que elas que não há
prevalência de uma dimensão sobre outra. Quanto aos resultados, Fairclough nos
diz que:
Os
resultados de uma pesquisa em ACD nem sempre podem ser controlados pelo
analista, pois, dificilmente, ele poderá ter um controle de como eles serão
utilizados depois que caírem no domínio público. Fairclough afirma que “há um
processo difundido de tecnologização do discurso, que usa a pesquisa sobre o
discurso para redesenhar as práticas discursivas e treinar as pessoas para usar
novas práticas discursivas” (FAIRCLOUGH, 2001: 291).
Nosso
objeto de pesquisa é o discurso jurídico cujas características principais são o
tecnicismo, o uso de linguagem técnica própria, os arcaísmos e latinismos
abundantes, as relações de poder. Na prática discursiva dos operadores do
direito o distanciamento da linguagem
comum colabora para disfarçar a verdadeira significação das argumentações. Isto
colabora para a construção de efeitos de sentido específicos que engendram o
alocutário numa teia de significações que o levam ao final ao convencimento e
legitimação do que o locutor pretende desde o começo do discurso. Visto desse
modo, a utilização de métodos de análise discursiva como a AD ou ACD podem
constituir ferramentas importantes no exame profundo de textos jurídicos.
Como
as práticas de análise dos discursos jurídicos podem normalmente ocorrer em
instituições que contam com pesquisadores multidisciplinares, a formação de
grupos de pesquisa fomenta a especialização nestas linhas de pesquisa. A
criação de grupos de pesquisa em AD e em ACD permitem que os linguistas e
outros pesquisadores se manifestem trocando informações e concepções de análise
textual.
Os
objetivos dos grupos de pesquisa estão expostos na temática dos grupos e são
intrínsecos à sua existência o desejo e a necessidade de obter e aumentar o
domínio de informações sobre ações e pesquisa e incremento da massa crítica em
atividade no país.
Os
grupos de pesquisa inventariados pelo CNPq variam em número de membros
pesquisadores orientadores e orientandos
O
método de busca:
A
busca por informações deve ser bem estruturada, do contrário incorre-se no
risco de se obter muitos dados, mas que juntos não resultam na informação que
se procura. Empreendeu-se uma busca com refinamento progressivo formando um
percurso gerativo de sentido.
A
primeira busca devolveu um total de 999 registros para a palavra-chave
‘discurso’ e que extraímos um excerto com finalidade ilustrativa, conforme
tabela abaixo.
Tabela
1: registros para palavra-chave discurso.
|
Consulta
Parametrizada |
||||
INSTITUIÇÃO |
GRUPO |
LÍDER |
2º LÍDER |
ÁREA |
|
Universidade
Estadual do Maranhão |
Centro de Documentação e Pesquisa sobre
Maranhão e Grão-Pará, século XVII-XVIII - |
Helidacy Maria Muniz Corrêa |
- |
Ciências Humanas |
|
Universidade
Estadual do Piauí |
GÊNEROS TEXTUAIS E ENSINO DE LÍNGUAS |
Shirlei Marly Alves |
- |
Lingüística, Letras e Artes |
|
Centro
Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais |
Grupo VISEE - Estudos de Semioses Visuais |
Giani David Silva |
- |
Lingüística, Letras e Artes |
|
Universidade
Federal da Paraíba |
PRÁTICAS EDUCATIVAS, LEITURA DISCURSO E
CULTURA |
Pedro Farias Francelino |
Sônia Maria Cândido da Silva |
Ciências Humanas |
|
Universidade
do Estado da Bahia |
:
Argumentos jurídicos e midiáticos: aspectos do ensino e dos interdiscursos |
Fabiana Andrade Santos |
Virginia Maria Ferreira Silveira Baldow |
Lingüística, Letras e Artes |
|
Universidade
Estadual de Campinas |
A Casa
e a Rua: uma relação política e social em seus processos de significação |
Eni de Lourdes Puccinelli Orlandi |
- |
Lingüística, Letras e Artes |
|
Universidade
do Vale do Rio dos Sinos |
A
cognição em mentes sociais: aspectos biológicos, semânticos e culturais |
Sofia Inês Albornoz Stein |
- |
Ciências Humanas |
|
Universidade
Estadual de Londrina |
A
Construção da Diferença pelo Discurso: Procedimentos Enunciativos de Exclusão
|
Luiz Carlos Fernandes |
- |
Lingüística, Letras e Artes |
|
Universidade
de São Paulo |
A
construção do Oriente na literatura ocidental - Conflitos e convergências |
Mario Ferreira |
- |
Lingüística, Letras e Artes |
|
Universidade
Estadual de Mato Grosso do Sul |
Variação
Linguística e Confronto |
Miguél Eugenio Almeida |
Nataniel dos Santos Gomes |
Lingüística, Letras e Artes |
|
Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro |
VARIUS
- Variação e uso |
Viviane Conceição Antunes Lima |
Maristela da Silva Pinto |
Lingüística, Letras e Artes |
|
Universidade
de São Paulo |
Verve:
Verbum Vertere - Estudos de Poética, Tradução e História da Tradução de
Textos Latinos |
Alexandre Pinheiro Hasegawa |
João Angelo Oliva Neto |
Lingüística, Letras e Artes |
|
Universidade
Federal de Juiz de Fora |
Viagem,
imaginarios e socialidade |
Vera Maria Guimarães |
Euler David de Siqueira |
Ciências Sociais Aplicadas |
|
Universidade
Estadual de Campinas |
Vozes
(In)fames: exclusão e resistência |
Maria Jose Rodrigues Faria Coracini |
- |
Lingüística, Letras e Artes |
|
Universidade
do Estado de Mato Grosso |
Vozes
da Cidade |
Olimpia Maluf Souza |
Fernanda Surubi Fernandes |
Lingüística, Letras e Artes |
|
|
Total
de registros: 999 |
||||
Fonte:
http://dgp.cnpq.br/dgp/faces/consulta/consulta_parametrizada.jsf
A
segunda busca nos devolveu 234 registros para as palavras-chave ‘análise do
discurso’.
Tabela
2: registros para palavras-chave ‘análise do discurso’.
|
Consulta
Parametrizada |
|||||
INSTITUIÇÃO |
GRUPO |
LÍDER |
2º LÍDER |
ÁREA |
||
Universidade
de São Paulo |
A
Análise do Discurso e suas interfaces: Letramento, Autoria e Psicanálise |
Leda Verdiani Tfouni |
- |
Lingüística, Letras e Artes |
||
Universidade
Federal da Paraíba |
A
Educação de Jovens e Adultos: políticas, práticas e discursos no cenário
brasileiro. |
Erenildo João Carlos |
- |
Ciências Humanas |
||
Universidade
Federal do Amazonas |
A
LINGUAGEM E SUAS IMPLICAÇÕES NO ÂMBITO LINGUÍSTICO E SOCIAL |
Maria Sandra Campos |
- |
Lingüística, Letras e Artes |
||
Universidade
de Brasília |
A
Linguística Sistêmico-Funcional como instrumental teórico-metodológico para
análise do |
Edna Cristina Muniz da Silva |
Denize Elena Garcia da Silva |
Lingüística, Letras e Artes |
||
Universidade
Federal Rural de Pernambuco |
Análise
de gêneros e de discursos |
Vicentina Maria Ramires Borba |
- |
Lingüística, Letras e Artes |
||
Universidade
Federal de Minas Gerais |
Análise
do Discurso |
Ida Lucia Machado |
Wander Emediato de Souza |
Lingüística, Letras e Artes |
||
Universidade
Federal de Alagoas |
Análise
do Discurso - Grupo de Estudos em Discurso e Ontologia - Gedon |
Helson Flavio da Silva Sobrinho |
Belmira Rita da Costa Magalhães |
Lingüística, Letras e Artes |
||
Faculdade
Unida de Vitória |
Análise
do discurso religioso e hermenêutica. |
José Adriano Filho |
- |
Ciências Humanas |
||
Universidade
Federal da Grande Dourados |
TDI -
TERRITÓRIO, DISCURSO E IDENTIDADE |
Conrado Neves Sathler |
- |
Ciências Humanas |
||
Universidade
Federal de Pernambuco |
Teoria
do Discurso e Educação |
Gustavo Gilson Sousa de Oliveira |
Anna Luiza Araújo Ramos Martins de Oliveira |
Ciências Humanas |
||
Universidade
Federal de Campina Grande |
Teorias
da Linguagem e Ensino |
Aloísio de Medeiros Dantas |
Washington Silva de Farias |
Lingüística, Letras e Artes |
||
Universidade
Federal de Santa Catarina |
Texto,
Discurso e Práticas Sociais (NUPDISCURSO) |
Marcos Antonio Morgado de Oliveira |
Viviane Maria Heberle |
Lingüística, Letras e Artes |
||
Universidade
do Estado do Rio de Janeiro |
Turismo,
Cultura e Sociedade |
Antonio Edmilson Martins Rodrigues |
- |
Ciências Sociais Aplicadas |
||
Universidade
Estadual do Paraná |
Vale
das Letras |
Karim Sieben eicher |
- |
Lingüística, Letras e Artes |
||
|
Total
de registros: 234 |
|
||||
Fonte:
http://dgp.cnpq.br/dgp/faces/consulta/consulta_parametrizada.jsf
Abaixo
está a devolutiva de registros baseada nas palavras-chave: ‘análise crítica do
discurso’.
Tabela
3: registros para ‘análise crítica do discurso’.
|
Consulta
Parametrizada |
|||
INSTITUIÇÃO |
GRUPO |
LÍDER |
2º LÍDER |
ÁREA |
Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo |
DIRECT-
Em Direção à Linguagem do Trabalho |
Leila Barbara |
Celia Maria Macedo de Macedo |
Lingüística, Letras e Artes |
Universidade
Católica de Pernambuco |
Ensino,
Texto e Discurso |
Nadia Pereira da Silva Gonçalves de Azevedo |
- |
Lingüística, Letras e Artes |
Universidade
Federal de Viçosa |
Estudos
Discursivos |
Mônica Santos de Souza Melo |
- |
Lingüística, Letras e Artes |
Universidade
Federal de Rondônia |
Filologia
e Modernidades |
Patricia Helena dos Santos Carneiro |
Júlio César Barreto Rocha |
Lingüística, Letras e Artes |
Universidade
do Estado de Mato Grosso |
Formação
crítica de educadores de línguas, análise crítica do discurso e realismo
crítico |
Cláudia Graziano Paes de Barros |
Solange Maria de BARROS |
Lingüística, Letras e Artes |
Universidade
Federal de Sergipe |
Grupo
de Estudos da linguagem e Ensino - GELINE |
Maria Leônia Garcia Costa Carvalho |
Cleide Emília Faye Pedrosa |
Lingüística, Letras e Artes |
Universidade
de São Paulo |
Grupo
de Estudos do Discurso da USP (GEDUSP) |
Luiz Antonio da Silva |
Zilda Gaspar Oliveira de Aquino |
Lingüística, Letras e Artes |
Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina |
Grupo
de Pesquisa em Ensino, Experiências Docentes e Interdisciplinaridade |
Fernanda Broch |
- |
Ciências Humanas |
Universidade
Federal do Rio Grande do Norte |
Grupo
de Pesquisa em Estudos do Texto e do Discurso - GETED |
Cleide Emília Faye Pedrosa |
Sulemi Fabiano Campos |
Lingüística, Letras e Artes |
Universidade
Católica de Pernambuco |
Linguagem
e Direito |
Virgínia Colares Soares Figueirêdo Alves |
Marilia Montenegro Pessoa de Mello |
Ciências Sociais Aplicadas |
Universidade
da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira |
Linguagem,
Interdisciplinaridade e Ensino de Línguas |
Vilmar Ferreira de Souza |
José Sérgio Amancio de Moura |
Lingüística, Letras e Artes |
Universidade
de São Paulo |
NEAC -
USP Núcleo de Estudos em Análise Crítica do Discurso |
Paulo Roberto Gonçalves Segundo |
Maria Lúcia da Cunha Victório de Oliveira Andrade |
Lingüística, Letras e Artes |
Universidade
Federal de Santa Maria |
Núcleo
de Estudos em Gênero, Discurso e Comunicação - GDCom |
Vanessa Wendhausen Lima |
Fabio da Silva |
Ciências Sociais Aplicadas |
Universidade
Federal da Integração Latino-Americana |
Produção
de materiais didáticos para o ensino de Espanhol Língua Adicional no contexto
da |
Iván Alejandro Ulloa Bustinza |
- |
Lingüística, Letras e Artes |
Universidade
Federal de Santa Catarina |
Texto,
Discurso e Práticas Sociais (NUPDISCURSO) |
Marcos Antonio Morgado de Oliveira |
Viviane Maria Heberle |
Lingüística, Letras e Artes |
Total
de registros: 19 |
Fonte:
http://dgp.cnpq.br/dgp/faces/consulta/consulta_parametrizada.jsf
Abaixo
estão os resultados para a busca ‘analise do discurso jurídico’.
Tabela
4: registros para palavras-chave ‘análise do discurso jurídico’
|
Consulta
Parametrizada |
|||
INSTITUIÇÃO |
GRUPO |
LÍDER |
2º LÍDER |
ÁREA |
Universidade
Federal do Rio Grande do Norte |
Análise
textual dos discursos jurídico, político e em educação |
Ana Graça Canan |
João Gomes da Silva Neto |
Lingüística, Letras e Artes |
Universidade
Federal do Rio Grande do Norte |
Grupo
de Pesquisa em Análise Textual dos Discursos |
Luis Álvaro Sgadari Passeggi |
Maria das Gracas Soares Rodrigues |
Lingüística, Letras e Artes |
Universidade
Católica de Pernambuco |
Linguagem
e Direito |
Virgínia Colares Soares Figueirêdo Alves |
Marilia Montenegro Pessoa de Mello |
Ciências Sociais Aplicadas |
Total
de registros: 3 |
Fonte:
http://dgp.cnpq.br/dgp/faces/consulta/consulta_parametrizada.jsf
Abaixo
está o resultado para as palavras-chave ‘analise crítica do discurso juridico’:
Tabela
5: registro para palavras-chave ‘análise crítica do discurso jurídico’.
|
Consulta
Parametrizada |
|||
INSTITUIÇÃO |
GRUPO |
LÍDER |
2º LÍDER |
ÁREA |
Universidade
Católica de Pernambuco |
Linguagem
e Direito |
Virgínia Colares Soares Figueirêdo Alves |
Marilia Montenegro Pessoa de Mello |
Ciências Sociais Aplicadas |
Total
de registros: 1 |
Fonte:
http://dgp.cnpq.br/dgp/faces/consulta/consulta_parametrizada.jsf
A
seguir estão listados os indicadores da produção intelectual dos integrantes do
grupo de pesquisa.
Tabela
6: Indicadores de Produção C, T & A de Integrantes
do Grupo - 2007-2010
Tipo de
Produção |
2007 |
2008 |
2009 |
2010 |
88 |
82 |
41 |
73 |
|
Artigo completo publicado em periodicos especializados (circulação
nacional) |
30 |
24 |
5 |
11 |
Artigo completo publicado em periodicos especializados (circulação
internacional) |
0 |
3 |
0 |
0 |
Trabalhos completos publicados em anais de eventos científicos,
tecnológicos e artísticos |
27 |
15 |
11 |
10 |
3 |
0 |
4 |
6 |
|
15 |
22 |
14 |
17 |
|
Resumo de trabalhos publicados em revistas tecnico-científicas |
0 |
0 |
0 |
0 |
Resumo de trabalhos publicados em anais de eventos científicos,
tecnologicos e artisticos |
13 |
18 |
7 |
29 |
115 |
131 |
47 |
73 |
|
0 |
0 |
0 |
0 |
|
0 |
0 |
0 |
0 |
|
0 |
0 |
0 |
0 |
|
0 |
0 |
0 |
0 |
|
0 |
0 |
0 |
0 |
|
0 |
0 |
0 |
0 |
|
24 |
4 |
3 |
2 |
|
63 |
79 |
28 |
47 |
|
28 |
48 |
16 |
24 |
|
93 |
104 |
56 |
22 |
|
20 |
13 |
10 |
2 |
|
0 |
0 |
1 |
0 |
|
Monografia de conclusão de curso de aperfeicoamento/especialização |
21 |
9 |
7 |
0 |
34 |
45 |
25 |
14 |
|
18 |
37 |
13 |
6 |
|
256 |
199 |
200 |
151 |
Fonte: diretório
de grupos de pesquisa - CNPq-Lattes
Abaixo
estão listados os membros do grupo de pesquisa Linguagem e Direito, segundo o
CNPq.
Tabela 7:
componentes do grupo de pesquisa Linguagem e Direito
Linha
de Pesquisa |
|
Análise
Crítica do Discurso Jurídico |
|
Nome do
Grupo: Linguagem e Direito - Ref.: UNICAP.203056 |
|
Objetivos: A Análise Crítica do
Discurso Jurídico (ACDJ) buscar investigar a produção, distribuição e consumo
de textos encaixados em práticas sociais do judiciário, desalojando os
estereótipos textuais das construções hipotéticas, ideais e apriorísticas da
doutrina jurídica. |
|
Palavras-chave: Criminologia
Crítica; Direito Penal; Discurso Jurídico; Interação na Justiça; Lingüística
Aplicada; Processo judicial; Prática Forense; Sociologia Jurídica; exegese;
interpretação; semiologia; |
|
Pesquisadores: |
|
|
|
Estudantes: |
|
Árvore
do conhecimento:
Lingüística, Letras e Artes; Lingüística; |
|
Setores
de atividade: Educação; |
Fonte: diretório
de grupos de pesquisa – CNPq-Lattes
Como
se viu existem diversos grupos de pesquisa relacionados direta ou indiretamente
com o objeto de pesquisa ‘Análise Crítica de Discurso’. O refinamento proporciona
resultados mais objetivos quando o pesquisador precisa de um resultado com
elevado grau de precisão.
As
redes de pesquisa de acordo com o CNPq tem o objetivo de:
[...] impulsionar a criação do conhecimento e o
processo de inovação resultantes do intercâmbio de informações e, sobretudo, da
junção de competências de grupos que unem esforços na busca de metas comuns,
podendo ou não haver compartilhamento de instalações.
A
instituição ainda esclarece que as redes de pesquisa não devem ser confundidas
com redes sociais de pesquisa que “visam suprir a necessidade de um ambiente
próprio e especializado de uma área determinada do conhecimento” que podem
comercializar os resultados ou inovações alcançadas.
Visto
sob uma perspectiva social, há um incremento no resultado final das pesquisas
dos pesquisadores que atuam em rede em relação aos que atuam individualmente,
além da ampliação do repertório de abordagens e ferramentas de pesquisa
(BALANCIERI, et al., 2005).
O
advento e a contínua renovação das tecnologias de comunicação e informação
(TICs) constitui atualmente o principal suporte sobre o qual se pode formar as
redes de pesquisa. As comunidades virtuais na internet valem-se de recursos
tecnológicos variados na efetivação de intercâmbio de informações.
De
acordo com Leite (et. al., 2014) um grupo e pesquisa constitui uma rede de
investigadores que pode alcançar contextos locais, regionais e internacionais.
Leite entende que uma rede se estabelece quando um grupo de pessoas,
instituições, agências e empresas estão em contato de tal modo que podem ser
representados inclusive graficamente por conexões em nós.
A
representação abaixo foi retirada de Balancieri (et.al. 2005) e mostra um
exemplo de rede em co-autoria usado por Newman (apud BALANCIERI et. al., 2005).
Figura
1: Exemplo de Rede de Co-autoria.
Fonte: Newman 2001 (apud BALANCIERI et. al, 2005)
Balancieri
(op. cit.) dia que a representação acima utiliza uma teoria chamada de Teoria
dos Grafos que calcula a distância entre os atores de uma rede de pesquisa.
Segundo essa teoria a distância é o grau de afastamento de um vértice (ator) em
relação a outros vértices do grafo, por exemplo, a distância entre o
pesquisador A e o pesquisador K é de dois pesquisadores (A-B-G-K ou A-D-G-K).
Em
âmbito internacional, localizamos as seguintes redes de pesquisa em AD:
Tabela
8: Redes Internacionais de pesquisa em análise do discurso
REDE |
Descrição
da rede no website. |
IDA WORLD- World Network in Ideology and Discourse
Analysis – University of Essex |
IDA World brings together researchers, students and activists
interested in furthering the theoretical and practical development of
Ideology and Discourse Analysis from a post-structural perspective. The
Network was established in May 2003 at the University of Essex and builds upon the Essex Ideology and Discourse Analysis
Research Programme, which was first established in 1982 under the intellectual
leadership of Ernesto Laclau, and supports MAand Doctoral schemes of study at the Department of Government. Drawing on the insights of
thinkers as diverse as Marx, Gramsci, Althusser, Saussure, Barthes, Lacan,
Zizek, Derrida, Butler, Wittgenstein, Badiou and Foucault, the IDA Programme
responded to the growing disenchantment with the dominant theoretical models
of social science explanation that dominate the social sciences (e.g.
positivism; behaviouralism; structural functionalism; rational choice) by
developing a post-structuralist approach to the human and social sciences. |
Analisedodiscurso.net. site international
dedicado à interseção das
humanidades e ciências sociais e ciências da linguagem. |
Patrocinado pela Fundação de Pesquisa Alemã (DFG
- German Research Foundation), a rede MeMeDa foi inaugurada em 2008 para
promover a análise do discurso como um campo interdisciplinar e internacional
de pesquisa em ciências sociais, linguística e humanidades. Ele consiste de
40 analistas do discurso alemães. Haverá aproximadamente dois encontros por
ano até 2011. Além de desenvolver este site, este grupo está
trabalhando em um livro editado e em um Dicionário de Análise do
Discurso. Seja bem-vindo para juntar-se aos encontros do nosso grupo,
que são anunciados nesta página. Para mais informações, contate Johannes Angermueller. |
DiscouseNet. |
Funded by the European Research Council (ERC DISCONEX) and other research institutions,
this network brings together discourse analystsfrom the social sciences and humanities in Europe. Since 2006, regular meetings have facilitated the debate among different disciplinary
and national tendencies in Discourse Studies. Open to everybody interested in
discourse research, DiscourseNet
now focuses on building up an international community through this website. |
National Centre for Research Methods |
This
project comprised a series of seminars, master classes and exploratory
workshops intended to establish connections between scholars conducting
discourse analysis in different social science disciplines. |
Network Institute of University of Amsterdam. Institutional Discourse at the University of Amsterdam |
In our program we investigate how institutions are discursively
constructed and maintained through the linguistic and semiotic behaviors of
their members. We aim to articulate specific proposals for the analysis of
multimodal data in a number of professional social contexts, especially
multiparty discourses that involve complex roles and participation
frameworks. |
Fonte: elaborado pelo autor.
O
que caracteriza as redes apresentadas acima são os processos discursivos
materializados nas webpages
relacionados ao científico como produto que a rede pode produzir, de autoria
coletiva materializada em artigos científicos, dissertações e teses. Pode-se
notar também que há um processo relacionados ao idioma, predominantemente o
inglês, entretanto a rede “Analisedodiscurso.net” se destaca por ter uma
interface multilínguas, além do inglês é traduzido por parceiros para o
francês, alemão, holandês, polonês, português e para o espanhol.
As
redes de pesquisa se constituem como uma realidade virtual e material
simultaneamente, virtualizada pelo modo de acesso e interação, via web, e
materializada em uma instituição ou entidade, não necessariamente um cientista,
entidade ou universidade.
Assim,
viu-se aqui uma breve descrição sobre as bases da Análise do Discurso de linha
francesa e da Análise Crítica do Discurso. Viu-se também os grupos de pesquisa
relacionados com as linhas de pesquisa sobre discurso registrados na base de
dados do CNPq.
As
redes de pesquisa internacionais não são passíveis de pesquisa em um único
banco de dados, deixando a pesquisa sobre essas redes dependente do motor de
busca que se utiliza.
Os
grupos de pesquisa e as redes de pesquisa, apoiados pelas TICs, contribuem
fortemente para o avanço das fronteiras do conhecimento bem como para o
fortalecimento das linhas de pesquisa.
A
seguir foi feito um levantamento sobre os temas ‘legítima defesa da honra’,
‘crime passional’, ‘honra’, temáticas ligadas ao discurso jurídico e que fazem
parte de nosso objeto de pesquisa.
Artigos publicados na área
Em um artigo, Beraldo (2004) noz diz
sobre a questão do adultério como crime que atinge a entidade familiar e a
honra do marido traído (escrito antes da publicação do novo Código Penal que
descriminalizou o adultério). Fala também sobre o privilégio da violenta emoção
superar a tese da legítima defesa da honra (LDH). Passa, então a examinar o que
chama de elementos subjetivos que envolvem a questão da LDH: amor, ciúme e
paixão. Distingue entre amor platônico e amor físico. O amor físico, para
Beraldo, é o que “traduz o ser amado em propriedade, exige que lhe pertença
exclusivamente e não aceita rejeição“
Conclui que há polêmica quanto à defesa
da honra conjugal e que o ciúme é a causa principal do desequilíbrio emocional no crime passional. Diz também que o
indivíduo sob violenta emoção é incapaz de analisar as consequências de seu
ato, que o comportamento da vítima na maioria dos crimes e em especial o crime
passional é que impulsiona o agente à prática do ato lesivo.
Augusto (2012) trata da inaplicabilidade
da tese de legítima da honra nos crimes passionais. Trata do conceito de honra
no direito brasileiro e do afastamento da tese da legítima defesa da honra nos
crimes passionais.
Conclui que toda atitude é fruto da busca
da satisfação de uma necessidade, mas não se pode admitir que prevaleça o
intento egoísta e irresponsável do criminoso passional em detrimento da
dignidade e da vida da vítima. A sociedade atual não viabiliza
Leal (2005) trata do posicionamento
legal a respeito dos crimes passionais. Defende que o crime passional deveria
ser majorado em sua pena ou até classificado como crime hediondo. Observa como
o código penal anterior a 1940 tratava o homicida passional (isentava de pena o agente que tivesse praticado o fato
sob a influência de "completa perturbação dos sentidos e da
inteligência" – art. 27, § 4º, da Consolidação das Leis Penais – CLP), e
como passou a tratar o agente do delito (poderá ser contemplado com a causa
privilegiadora de redução de pena prevista no § 1º, do art. 121. Mas, só no
caso de "violenta emoção,
logo em seguida a injusta provocação da vítima")
Conclui que Rabonowicz
e Hungria (autores conceituados no estudo do direito) vistos hoje estão
equivocados devido à mudança dos tempos e costumes.
Este é um artigo de jornal que expõe o
ocorrido em um caso que ficou bastante conhecido sobre a absolvição de um homem
que matou ex-esposa e seu amante por ciúmes e inconformismo com a separação. A
data marca o início da mudança de mentalidade social quanto à legítima defesa
da honra (BROOKE, 1991).
Nelson (2015) traça neste artigo uma
linha histórica de onde se baseia a defesa da honra no Brasil desde a
independência. Nos diz que em essência a defesa da honra pelo marido iguala o
adultério da esposa, ou seu alegado adultério (não necessariamente comprovado)
à uma agressão física, assim como a legítima defesa, a bem sucedida defesa da honra
resulta em absolvição.
A autora toma o caso de João Lopes
(matou ex-esposa e amante, foi absolvido) para apontá-lo como um marco numa
difícil mudança pois a apelação da promotoria não teve votação unânime para
anular a sentença d Juri.
Neste artigo Petherick (2014) autora
fala da eleição da presidenta brasileira Dilma Rousseff relacionando-a a
cadidatura-laranja, ou seja, alguém que é controlado por outro. A autora admite
que há muitas conquistas pelas mulheres no Brasil quando comparado à América Latina
e ao mundo. Como contraponto mostra a pouca participação da mulher na política
brasileira e a manutenção da criminalização do aborto e violência contra a
mulher.
Cornwall (2015) delineia o papel da
mulher e do movimento feminista em direção a uma maior igualdade de gêneros e
justiça. Neste projeto explora como ativistas as atividades voltadas aos
direitos humanos têm procurado conseguir leis, políticas e programas para
melhorar a vida doméstica e profissional de mulheres, além de assegurar uma
vida livre de violência e abusos. Parte do projeto está focado especificamente
na preocupação com o aumento da violência doméstica e lista países como Gana e
China além do Brasil onde há políticas específicas contra a violência
doméstica, como a Lei Maria da Penha. Cita também casos de absolvição de réus
sob a tese da legítima defesa da honra.
Rosa (2014) trata da legítima defesa da
honra como um anacronismo que ainda resiste no meio jurídico. Remonta às
origens do casamento e da constituição da família passando pela Moral Cristã, o
monopólio sexual e a falocracia. Esta última “reina absoluta, inclusive no
Direito” (grifo da autora). Passa então a tratar do tema do adultério e da
libertação do amor de suas proibições e do prazer realizados fora do dever
levando à rejeição da lavação da honra com sangue.
Cabette (2015) trata projeto de lei do
Senado n. 292, e 2013 que pode criar uma nova forma qualificada de homicídio no
Código Penal Brasileiro. Esta lei pretende regular o que se convenciona chamar de “feminicídio” como sendo uma forma de homicídio que tem por
vítima uma mulher em situação de “violência de gênero”. De acordo com Cabette (op.cit.),
legislações semelhantes e com nomen juris também similares (v. g.
“femicídio”, “assassinatos relacionados a gênero”, “violência feminicida”) são
encontráveis em diplomas penais no México, Guatemala, Chile, El Salvador, Peru,
Nicarágua e Argentina. O autor questiona esse tipo de lei que exclui a
possibilidade de crime passional, uma vez que não leva em conta as paixões
humanas além da paixão masculina propriamente dita. Para o autor, a lei seria
inócua pois a tese da legítima defesa da honra é praticamente indefensável.
Para o autor a nova lei não seria capaz de dar cabo de uma paixão destrutiva
humana, comum aos dois gêneros.
Morais (2014) trata da diferenciação
entre as várias espécies de legítima defesa
Ao tratar da legítima defesa da honra diz que na história da evolução
social não se pode deixar de notar que a tese em referência não tem mais
previsão legal, muito embora antes de cair em desuso teve ampla divulgação até
ser banalizada.
Bianchini (2012) retoma a tese da
legítima defesa da honra como tentativa de explicar um duplo homicídio (mãe e
filho) pelo pai que enciumado após o delito tenta o suicídio. Retoma o mapa da
violência elaborado pelo Instituto Sangari
que mostra o índice de morte de mulheres no âmbito doméstico e o
relaciona ao ciúme como fator motivador.
Silva (2014) trata do tema da violência
doméstica e do advento da lei Maria da Penha. Retoma a violência da mulher na
história para alicerçar sua opinião sobre as relações de amor e ódio entre
maridos violentos e mulheres submissas. Depois trata da construção do perfil
psicológico do agressor e agredida. A legítima defesa da honra vista como uma
consequência da posição inferiorizada da mulher perante o homem.
Em artigo Cristino (2008) diz que a
dispor das transformações socioeconômicas ocorridas ao longo do século passado,
o Código Penal Pátrio permanece ditando condutas anacrônicas. A legítima defesa
da honra se demonstra inviável juridicamente devido à ausência dos requisitos
constitutivos da excludente de ilicitude. A autora diz que a análise da jurisprudência apresenta manifestações
preconceituosas do senso comum, logo a seguir coibidas pela garantia da
legitimidade, proporcionalidade e humanidade das leis. Os resultados favoráveis
nada mais revelam que os resquícios de uma sociedade discriminatória, de uma
concepção equivocada a cerca das funções do Direito Penal.
Menuzzi e Duarte (2012) traçam um
percurso histórico do tema “excludentes de ilicitude” desde a origem no período
colonial chegando ao século XX com os códigos penais de 1940 e 1969. Mostram o
conceito da legítima defesa e da legítima defesa da honra e as poucas mudanças
ao longo do tempo.
Lia (2013) adota uma perspectiva sócio
jurídica da relação de gênero e direitos humanos referentes aos crimes de
honra. O autor traça um panorama dos crimes de legítima defesa da honra na
América Latina com foco mais acentuado no Brasil. Países como o Equador ainda
possuem dispositivos de lei que preveem tratamento especial aos delitos de
honra, o artigo 22 do
Código Penal equatoriano estabelece, quanto à “legítima defesa da honra
conjugal e do pudor”, que não há infração alguma quando um dos cônjuges mata,
fere ou golpeia o outro, ou “ao correspondente amante”, no instante de 11 Art.
509.
Toigo (2010) trata, neste artigo, do
crime passional e de como este era tratado no Código Penal Brasileiro de 1940.
Descreve o homicídio passional e como esta tese é tratada no Triuna do Júri
para tentar eximir de culpa os réus. Como fator presente neste tipo de crime, a
autora trata também da violenta emoção como causa de diminuição de culpa.
O artigo de Cotes (2015) faz referência
a casos julgados sob a tese da legítima defesa da honra que resultaram em
absolvição em primeira instância. Relaciona o comportamento dos réus com
frustração e incapacidade de superação. Apresenta dados estatísticos que
mostram que entre 1999 e 2003 ocorreram 42 julgamentos cuja tese da legítima
defesa da honra foi alegada; houve 23 absolvições em primeira instância.
A monografia de Rojas (2006) mostra o
homicídio praticado por cônjuges ou companheiros decorrente de relacionamentos
amorosos frustrados. Compara o código penal da França, Portugal, Alemanha e
Suíça referente ao assunto. Expõe brevemente as paixões como privilegiadoras
nos casos de legitima defesa da honra.
Em um artigo, Ramos (2012) utiliza a
teoria de gênero para analisar julgamentos de crimes cuja tese de defesa foi a
legítima defesa da honra. Resultado de uma pesquisa de mestrado, foram
analisados seis acórdãos disponíveis online no período de 2000 a 2008. A honra
masculina como enunciado é anacrônico, segundo a autora, sendo seu significado
pertencente a um passado equidistante, porém a tese da legítima defesa da honra
ainda aparecem em julgamentos e são aceitas pelo júri. A autora resgata o
conceito de casamento e honra desde a chegada da família real ao Brasil em 1808
até a atualidade e ressalta no último acórdão analisado que a defesa
inconformada pela condenação do réu recorre da decisão sustentando ainda a tese
em referência.
O texto de Beleza (1991) apresenta uma
reflexão sobre a relevância do gênero feminino no estudo da tese da legítima
defesa da honra. Beleza (op. cit.) mobiliza a Teoria Feminista do Direito no
âmbito anglo-saxão, também chamada de feminist
jurisprudence. A definição dogmática ou legal das causas que justificam a
referida tese defensiva usam linguagem pretensamente neutra; contudo, na
maioria dos casos em julgamento são homens os réus. A autora critica a teoria
feminista do direito sugerindo que esta poderia ser orientada para a abolição
da diferenciação por gênero. Entretanto a autora assinala que tem de diferente
e novo
Sobre o crime passional
Neste artigo Santos (2015) trata do tema
do homicídio passional e o privilegiado segundo a doutrina jurídica brasileira.
O homicídio privilegiado é visto como uma causa especial de diminuição de pena
previsto no Código Penal Brasileiro. O motivo pelo qual o sujeito age deve ser
relevante, ter grande importância coletiva ou individual, do contrário a pena
não será reduzida. Também há o motivo de relevante valor moral que difere do
anterior por dizer respeito a apenas aos interesses individuais do sujeito
autor do delito. A ação sob o domínio de violenta emoção é outra modalidade de
homicídio privilegiado e é caracterizado pela ação totalmente sob influência de
forte e violenta emoção que leva o agente a perder o autocontrole e
desintegrar-se psiquicamente e agir logo em seguida à provocação.
Neri (2007) trata do tema “quem ama
mata?” Parte e um questionamento acerca da relação entre o feminino e a
transgressão. Este trabalho, segundo Neri (2007), foi construído durante a
atividade clínica em uma unidade penitenciária de mulheres que cumpriam pena de
reclusão em regime fechado. A autora descreve os crimes motivados por amor,
paixão, perda da razão relacionado ao envolvimento amoroso. O estudo está
baseado na psicanálise freudiana e lacaniana sobre as paixões.
O texto de Ramos (2015) é parte de uma
monografia cuja temática são os crimes passionais praticados por mulheres em
Curitiba entre os anos de 1890 e 1930. Visto de um ponto de vista histórico, Ramos
(op. cit.) descreve a sociedade curitibana e a influência da sociedade europeia
naquele meio social e no papel das mulheres nas sociedades curitibana e
europeia. Crimes praticados sob a influência de ciúmes e traições conjugais. O
texto trata também da própria noção de crime quando praticado por motivos
emocionais ou passionais, vendo-os como uma criação recente.
Santiago e Coelho (2010) focaram os
aspectos emocionais quem têm relação com o crime passional. A amostra foi
colhida entre a população carcerária de duas penitenciárias do estado da Bahia.
Os sujeitos infratores se envolveram em relacionamentos amorosos e em certo
momento se viram envolvidos em situação de rivalidade e traição, o que os fez
mobilizar sentimentos como ciúme, paixão e ódio que lhes causaram profundo
sofrimento que os impeliu ao crime. De acordo com as autoras os sujeitos
viram-se em situações as quais não viam saída senão o comportamento violento
que os levou à condenação judicial, estigmatização e interrupção dos projetos
de vida.
Martins Borges (2011) inicia o texto
expondo o homicídio conjugal dentro das categorias de homicídios. Descreve-o
como gesto violento e agressivo inscrito dentro da relação conjugal, e que
independe de os parceiros estarem juntos ou separados. Ainda segundo o estudo,
os homens são mais propensos ao gesto violento como expressão da violação ao
sentimento de posse ou ante a rejeição ou perda do controle da parceira. Há um
sensível aumento do risco de eventual homicídio caso o homem desconfie de uma
possível infidelidade da parceira ou se esta decide romper a relação.
Mazzucheli e Ferreira (2015) fazem um ensaio
que delimita no ordenamento jurídico o crime passional e as circunstâncias em
que pode ocorrer. Mostra no ordenamento a privilegiadora do art. 121 e seus
requisitos como a violenta emoção. Procura discutir os elementos subjetivos que
colaboram para o conceito de crime passional, o amor, o ciúme como excludente
de motivação torpe, a paixão, o ódio, e o transtorno explosivo intermitente ou
síndrome de descontrole episódico. Ainda na descrição do criminoso passional, o
autor enumera diversos outros autores que colaboram para construir a imagem
virtual do homicida passional. A honra é um fator abordado pelo autor e
discutido segundo a dificuldade de consubstanciá-la. Mazzuchelli e Ferreira
(2015) concluem chamando a atenção para a atipicidade do crime passional devido
à marcante presença das emoções.
Matos (2015) resgata o conceito de
delinquentes passionais descrito por Lassare em 1909, e que coloca as paixões
como mais ameaçadoras e antissociais que o roubo e o furto. O autor traz para a
discussão o transtorno explosivo de personalidade, o transtorno borderline e o homicida passional,
classificando este último como o verdadeiro passional capaz de matar por
motivação torpe e frívola. Para o autor, o homicida passional age com cálculo
ou influência de distúrbios psíquicos, é um sujeito com tendências narcisistas
e que tem a vítima como objeto de satisfação. Ao final o autor lembra o artigo
5º da Constituição Federal sobre “a vida [ser] um direito inviolável” e
garantido a todos.
Shima (2015) aborda as principais
características do homicida passional, indo da relação com a vítima até uma
descrição conceitual para melhor caracterizar esse sujeito. O texto se mostra
tendencioso no sentido de que a autora extrapola a descrição objetiva e em
comparação classifica o homicida passional como ‘alienígena’, ‘uma
monstruosidade’, um doente’. Shima (2015) aborda a honra como elemento presente
nos crimes passionais e seu reflexo na sociedade.
Neste texto Sousa (2010) aborda a
questão da honra masculina e como esta aparece nos processos criminais de
violência contra mulheres em Fortaleza no período entre 1920-1940. São
abordados quatro processos criminais em que são ressaltadas as falas dos
advogados. A autora nota o uso de termos como “lavagem da honra” e “homens de
bem” pelos advogados e a deposição da responsabilidade pela honra masculina nas
mulheres. Para a autora a honra era assim um assunto eminentemente masculino e
às mulheres ficava o papel de vilãs e por esse papel pagavam com o próprio
sangue.
A seguir apresentamos duas teses que
logramos êxito em localizar sobre a temática da análise do discurso jurídico
crítico.
A primeira tese localizada foi defendida
em 1999 por Virgínia Colares Soares Figueiredo Alves e o título é Inquirição na justiça: estratégias
lingüístico-discursivas, defendida na Universidade Federal de Pernambuco. A
tese de Alves (1999) discorre sobre “a noção wittgensteineana de jogo de
linguagem a partir da análise de blocos seqüenciais de enunciados extraídos de
audiências jurídicas autênticas”, ou seja, analisa o jogo de linguagem em
diversas ocasiões de pergunta-resposta tratando as possibilidades de produção
de sentidos em função do tipo de interrogatório. A autora trata também da noção
de interpretação jurídica através da hermenêutica que pressupõe a existência de
um sentido literal, visto pela interpretação jurídica o que chamam de
“técnica”. Essa abordagem interpretativa constitui o que a autora chama de uma
semântica ingênua porque supõe a existência objetiva e estanque das
“significações”.
A autora delineia uma metodologia de
transcrição de tomada de depoimento para então analisar este evento
comunicativo, trabalhando com duas estratégias a que chama de estruturais e
processuais.
As conclusões permitem à autora sugerir
que resultados obtidos na investigação são úteis para os cursos de Direito e
sinaliza a possibilidade de outras investigações nesta linha de pesquisa, de
caráter eminentemente interdisciplinar.
A segunda tese que localizamos foi
defendida em 2008 por Maria Helena Cruz Pistori com o título Persuasão e eficácia discursiva no Direito:
modos de ser, modos de dizer, defendida na Universidade de São Paulo.
Esta tese tem como objetivo “verificar o
funcionamento argumentativo do éthos
do orador num processo judicial”, assim a autora revisa conceitos de retórica
em Aristóteles e em autores modernos da escola de Paris procurando desdobrar o
processo em que o orador busca obter a persuasão do enunciatário ou locutário.
Em sua análise, Pistori (op. cit.) ressalta a importância das paixões como o
início do processo de adesão do ethos
do enunciador ao pathos do
enunciatário, ou seja, os simulacros que dão suporte ao reconhecimento da
solidariedade e benevolência do orador. Pode-se notar, então, que o trabalho
empreendido pela autora é essencialmente baseado na semiótica greimasiana.
Pistori (2008) apresenta uma reflexão em
que considera o grau de eficácia persuasiva dos discursos analisados e tece
considerações acerca das características que delineam o ethos dos advogados de defesa, o ethos dos promotores e dos magistrados.
A autora conclui que sua pesquisa
construiu uma metodologia que propicia efetuar análise de argumentações e que
serve como ferramenta para o próprio Direito.
Dito isso, este levantamento breve do
estado da arte da análise crítica do discurso jurídico vem colaborar
grandemente para os estudos que estamos empreendendo.
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[1] Doutorando em Letras/Linguística na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS; bolsista CAPES; email: alexandre_gonzaga@hotmail.com
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